domingo, 21 de outubro de 2007

BOI CAPRICHOSO


O Boi-Bumbá Caprichoso tem sua história atrelada à uma família. A professora e folclorista parintinense Odinéia Andrade afirma que o bumbá foi fundado em 1913 pelos irmãos Raimundo Cid, Pedro Cid e Félix Cid. Os três teriam migrado da cidade de Crato, no Ceará, passando pelos estados do Maranhão e Pará, até chegarem à ilha, onde fizeram uma promessa a São João Batista para obterem prosperidade na nova cidade. Isso foi moti­vado pelas influências recebidas pelos Cid durante a trajetória até a ilha, quando puderam conhecer vários folguedos juninos por onde passaram. Duas manifestações folclóricas chamaram a atenção: o bumba-meu-boi, maranhense, e a Ma­rujada paraense. Andrade (2006) acredita que o Boi Caprichoso assimilou elementos desses dois folguedos, uma vez que o bumbá adotou como cores oficiais o azul e o branco, usadas nos trajes dos marujos, e denominou seu grupo de batuqueiros, responsáveis pelo ritmo na apresentação do boi de Marujada.


Valentin (1999) traz em sua obra um relato do compositor parintinense Raimundinho Dutra, que conta uma história diferente sobre a criação do boi. Ele diz ter ouvido dos pais que o nascimento do boi azul teria acontecido no mês de março de 1925. Segundo Dutra (2006), o boi teria nascido num sábado à noite, por volta das vinte horas, na casa de João Roque, onde se reuniram, à luz de lamparinas, o comerciante Emídio Vieira, Seu Vitário e Dona Fé, os irmãos Cid, Meireles e Nina, João Ribeiro, seus pais, entre outras pessoas que tinham como objetivo criar um novo boi na cidade. Durante a reunião, o coronel João Meireles, que era fã de um certo Boi Caprichoso existente em Manaus, sugeriu ao grupo denominar o novilho de Caprichoso. A sugestão teria sido imediatamente aceita, ficando acertado que o amo seria Félix Cid, repentista famoso na época por sua voz poderosa.

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